terça-feira, 23 de agosto de 2011

ORIENTAÇÕES E REGRAS PARA CRISMANDOS E PADRINHOS DE CRISMA

PARÓQUIA SANTA MARIA MÃE
IGREJA SÃO MARCOS / PASTORAL DE CATEQUESE


       O Sacramento do Crisma nos dá o Espírito Santo, imprime em nossa alma o caráter de soldados de Cristo. Portanto, nos faz perfeitos cristãos.

       No ritual do Crisma, que é ministrado somente pelo Bispo, dá-se um "tapa" na face do crismando para que saiba que deve estar pronto a sofrer todas as afrontas e todas as penas pela fé e amor de Jesus Cristo.

       O Bispo, então, unge a fronte do crismando com o óleo do Santo Crisma, preparado com óleo de oliveira misturado com bálsamo significando a abundância da graça que se difunde na alma do cristão para o confirmar na fé (daí o nome de Confirmação); e o bálsamo, que é aromático e preserva da corrupção, significa que o cristão fortificado por esta graça é capaz de difundir o bom aroma das virtudes cristãs, e de preservar-se da corrupção dos vícios.

       Como no batismo, no Sacramento do Crisma o crismando deverá ser assistido por um padrinho para que este lhe sirva de exemplo e com suas palavras oriente o crismado no caminho da salvação.

       O padrinho de Crisma contrai um parentesco espiritual com o crismado, portanto existe uma obrigação do padrinho em assistir seu afilhado em suas necessidades, principalmente espirituais. Entretanto, o quanto do tempo disponível deverá ser dispensado ao afilhado deverá ser tanto quanto o crismado necessitar, claro seguindo o bom senso.

       A escolha dos padrinhos deve ser bem criteriosa. Devem ser católicos praticantes, participantes da vida da igreja, casados no religioso, para que possam servir de exemplo para o afilhado.

       Os padrinhos devem ter acima de 16 anos de idade.

       Por isso, muita atenção na escolha dos padrinhos já que eles serão parte fundamental e presente na vida do afilhado. E ao aceitar o convite para ser madrinha ou padrinho, tem que se ter em mente as responsabilidades que essa honra trás junto.

       Qualquer coisa que aconteça aos pais do afilhado, os cuidados serão todos remetidos aos padrinhos, tanto a criação quanto os cuidados com a educação, bem-estar e tudo mais o que os pais se preocupariam.

       Madrinha e padrinho são pais que são escolhidos para cuidar e por isso mesmo a confiança dos pais é toda depositada neles. Então, muita atenção e carinho quando for aceitar ou não o convite para fazer parte dessa nova vida que chega ao mundo.

       Os padrinhos de batismo podem ser padrinhos de crisma dos afilhados. Evite-se colocar como padrinhos namorados, noivos ou esposos.

       Não podem ser padrinhos pessoas de outras religiões ou filosofias de vida, amasiados, divorciados, casados somente no civil ou pessoas que não tenham uma conduta cristã condizente.

       Admita-se apenas um só padrinho ou uma só madrinha.


Orientações diversas

I) Crismandos:

       a) Os crismandos devem ter atitudes de cristãos, participando da Eucaristia e celebrações, sendo exemplo e vivendo seu cristianismo;

       b) Escolher um padrinho atuante e comprometido;

       c) Engajar-se em grupo, equipe ou pastoral, colocando-se à serviço de Deus e assumindo sua missão de crismado e batizado;

       d) Ter assiduidade como compromisso assumido, e ser pessoa de oração pessoal e comunitária.

 
II) Critérios de Formação:

       a) Uso de métodos participativos e dialogal com a pedagogia libertadora que use a situação pessoal, grupal, social e comunitária;

      b) Levar o crismando a fazer a interação fé e vida, com base no método ver, julgar e agir.


III) Perfil do Padrinho e Madrinha:

       a) Seja maior de 16 anos, católico, confirmado, tenha recebido a Eucaristia e leve vida coerente com a fé, não tenha sido atingido por nenhuma pena canônica;

       b) Não seja pai ou mãe do crismando;

       c) Se casado, seja no civil e religioso;

      d) Não seja amasiado;

       e) Seja cristão comprometido na sociedade;

     f) Acompanhe o crismando na sua caminhada de fé

 
IV) Preparação dos Padrinhos

      a) Levá-los a compreender que não são meros elementos decorativos na crisma; que através da história, a Igreja tem valorizado a sua presença, que ele tem o encargo de acompanhar o crismando na sua caminhada de fé, como amigo e companheiro;

      b) Orientá-lo para a grande tarefa de auxiliar o crismando a viver aquilo que se traduz do confirmar: ser sacerdote, rei e profeta;

      c) Tal formação deverá ter ainda temas referentes à antes, durante e após a criação da Igreja;

       d) A referida formação terá a duração mínima de 6 horas, com validade de 01 ano.


V) Os Padrinhos

     Tarefa dos Padrinhos:
     Os padrinhos (madrinhas) não são meros elementos decorativos na Crisma. Através da história da Igreja tem-se valorizado a sua presença.
     Qual o sentido do padrinho atualmente?

     Ser padrinho tem seu sentido enquanto:

     - é membro atuante na comunidade;

     - é cristão comprometido na sociedade;

     - acompanha o crismando na sua caminhada de fé, como amigo e companheiro.

     Nota-se que os jovens querem escolher, eles mesmos, seu padrinho (madrinha).

 
Reunião p/ Crismandos e Padrinhos: 27/08/2011 às 19:00 hs.

Missa de apresentação de Crismandos e Padrinhos: 04/09/2011 às 09:00 hs.

Contatos: Camila 8849-5667

Flávio 8861-1472

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O HOMEM FELIZ


 
 Essiib desfaz-se numa longa e gostosa risada e sem entender o arrebatamento extasiante do seu namorado Luzelind se deixa envolver-se pela aquela alegria indescritível de Essiib e sorriem felizes como a eternidade do Amor em Vinnícius.


A infelicidade de Narciso perdura por geração e geração por via normal dos destinos da humanidade através dos indícios narcisistas da adolescência, isto é, em muito menos graus de agressão à vida; assim como, o inexorável destino de Essiib, quando descobriu no limiar da sua adolescência, ao espelho, que a sua fisionomia não seguia o mesmo padrão de estética, em vigor, regido pela grande maioria dos seus amigos. Eis que Essiib cria no âmago do seu íntimo uma intransponível barreira de traumas e preconceitos de si.

Essiib era brasileiro. E em qualquer lugar do mundo em que chegasse, estava explícito em sua face o retrato de uma raça e, ao mesmo tempo, a denúncia da sua raiz genealógica na miscigenação do seu povo: um pouco de índio, de negro, de branco era Essiib. Uma união de raças de nome Essiib.

Longe da beleza de um Narciso e mais distante ainda da fealdade da Fera, Esssiib era um garoto normal como todos os garotos da sua idade em qualquer lugar do planeta, mas que entrava na sua adolescência preso aos paradigmas de estética; por se preocupar exacerbadamente, com os seus traços facial, onde o que mais o incomodava era o seu lábio inferior o qual se avantajava em espessura e queda ao superior que, em verdade seja dito, em nada se distinguia um do outro. Uma distinção puramente explicada hoje por Freud. Mas que muitos Essiibs passarão despercebidos mesmo. Essiib, ao espelho, viu-se um Narciso às avessas e criou repulsa, como aquela Fera, querendo se excluir de si numa inocência desnarcisista.

Certa vez, Essiib por descuido viu-se ao espelho e olhou-se no espelho dos seus olhos; e os olhos nos olhos, no espelho de si, eliminaram o que era de fealdade existente em si: os lábios grossos, o nariz achatado, os cabelos crespos, a pele morena ora parda em harmonia da perfeição estética se fez no seu mais profundo íntimo. E os olhos nos olhos. O espelho no espelho de si atingiu o infinito da sua beleza interior, mas a ironia desfez o reflexo na primeira esquina do destino e quebrou o espelho, quando Essiib se desentendeu com um colega seu de escola que o xingou de beiçola. Essiib tomado de cólera retribuiu, não exatamente com xingamentos, mas através de socos e ponta-pé investindo-lhes contra o colega indefeso, que sem esperar por repetina reação, fica caído ao chão. Não se sabe como. Essib levara um soco na boca.

Em casa, Essiib no banheiro ver-se ao espelho e descobre no seu rosto uma mudança radical. Estranho. Achou-se muito mais belo! O soco que levara fez melhorar a sua fisionomia. O seu lábio superior se igualara ao seu lábio inferior. E os lábios nos olhos dos olhos do espelho de si se harmonizaram na estética da beleza vigente pela humanidade e a sua adolescência transcorreu bela e maravilhosamente, quando assim arrumou a sua primeira namorada.

Então crescido, Essiib ao dezoito ainda levava nas entranhas do seu âmago alguns resquícios do fugaz trauma da adolescência, mas nada de relevante que viesse a atrapalhar o seu bom relacionamento com as garotas.

Pois bem, foram as suas amizades, acima de tudo femininas, que o fizeram enterrar àquelas preocupações bobas criadas pela adolescência; e Essiib, agora, desfruta dos seus amores sem receio e muito mais seguro de si, porque adquirira com Luzelind, sua namorada, uma intimidade extraordinariamente bela e segura para discorrer das coisas pessoais de forma bastante recíproca. Luzelind que é uma mulher extrovertida e que nunca hesita em fazer questionamento sobre a sua própria pessoa a Essiib, se ele a acha uma mulher atraente, bonita, simpática. Como ele a vê com relação a outras mulheres, se isso, se aquilo até se sentir satisfeita do seu ego. Fazendo, portanto, despertar o monstro que hibernava a tempo dentro de Essiib, para assim, lhe arrebatar o interesse de também querer matar as suas curiosidades adormecidas nas suas intimidades mais latentes e jamais reveladas a ninguém que só agora vem à luz, em nome também, da intimidade à Luzelind.

Titubeante que é, Essiib procrastina por várias vezes a oportunidade de revelar a Luzelind o seu trauma de adolescente. Até que um dia deu-se o desfecho e Essiib foi diretamente à ferida exteriormente cicatrizada porque no íntimo ela passava a existir naquele momento; mesmo ao lado da beleza recíproca de mulher que era Luzelind. Mulher loira, bonita, atraente, extrovertida e sempre feliz como as noites de lua cheia. Irradiante! Essiib indaga Luzelind sobre o que ela vê de mais disforme em seu rosto. Sincera e direta que é

Luzelind responde-lhe que é o nariz. Num repente de luzente prazer Essiib desfaz-se numa longa e gostosa risada e sem entender o arrebatamento extasiante do seu namorado Luzelind se deixa envolver-se pela aquela alegria indescritível de Essiib e sorriem felizes como a eternidade do Amor em Vinnícius.

Essiib se sente um homem muito Feliz.


21.07.97 - MC GARCIA - Poeta e Filósofo 
http://essenciaemparadoxo.blogspot.com\
e-mail:garciam2001@hotmail.com

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ADVENTO

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A VINDA DO REINO

Começa um novo tempo,
ainda que não tenha acabado o ano



       Estamos no ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e dez! Antes de Cristo e depois de Cristo! Assim se referem as indicações históricas. Mesmo quem não acredita n'Ele continua datando os acontecimentos a partir do Seu nascimento. A Ele a honra e a glória, Aquele que é o primeiro e o último, o princípio e o fim, Alfa e Ômega. E nós cristãos consideramos ano litúrgico o tempo que vai do primeiro domingo do Advento à Solenidade de Cristo Rei. Começa um tempo novo, ainda que o calendário não tenha chegado ao dia trinta e um de dezembro. Quando janeiro vier, já estaremos imbuídos de uma nova mística, que vem do Alto!

       A vinda do Reino, a realização da vontade do Pai e o reconhecimento da santidade de Seu nome se encontram presentes na oração mais perfeita, ensinada por Jesus, o Pai-Nosso. Temos em nós o desejo do infinito, o sonho da perfeição, para nunca nos saciarmos com algo que seja menos do que Deus. Sim, é o infinito do amor que nos atrai, para que caminhemos de perfeição em perfeição, até chegar à plenitude.

       O Reino de Deus está presente no mundo sem que precisemos buscar sinais estrondosos de sua presença. Basta-nos olhar ao redor para descobrirmos os seus sinais. Um reino eterno e universal: reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz. Mas este Reino deve crescer e se implantar, para que Deus seja tudo em todos.

       Jesus Cristo é Rei, mas não nos modelos do mundo. Nós O vemos diante de Pilatos proclamando Seu reinado, mas coroado de espinhos, dando a vida pela salvação de todos. Seu trono é a Cruz, na qual proclama decretos inusitados ao pedir ao Pai o perdão pelos próprios algozes ou ao anistiar o Bom Ladrão. De lá para cá, Seu trono-cruz foi plantado sobre colinas e dentro dos corações. Seu Reino se espalha silencioso, discreto e presente, contando com agentes que podem ser pobres ou ricos, de todas as raças, línguas e nações. Nosso olhar mais atento mostrará sinais de esperança e sadio otimismo.

       A pregação de Jesus é o anúncio do Reino de Deus, uma verdadeira paixão que perpassa todas as Suas palavras. Reino que é comparado com plantas, rebanhos, histórias de pessoas e famílias transformadas em parábolas, para que as pessoas abram o coração e entendam o que Ele diz. Reino que já chegou e há de ser pedido na oração, misterioso! E mistério é algo que sempre pode ser um pouco mais compreendido, nunca se esgota!

Numa de Suas afirmações lapidares, o Senhor proclama “buscai o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas serão dadas por acréscimo” (cf. Mt 6,33). A atualização do Reino de Deus depende de nossa liberdade, pois se trata de uma forma nova de viver, que é proposta e não imposta. Àquelas pessoas que se deixarem provocar pelo Reino de Deus, a Igreja indica para estes dias de fim de ano um caminho de revisão de vida.

       Que valores orientaram as decisões tomadas nos diversos âmbitos da vida pessoal e social? Em torno de nós floresceu o respeito à vida e à dignidade das pessoas? Vivemos para os outros ou cada um se interessou apenas por si mesmo, sem olhar ao redor? Nossos sonhos e projetos incluem o bem comum? E as perguntas podem ser muitas, conduzindo a novas decisões. Não precisaremos buscar adivinhos ou previsões futurológicas para vivermos o novo ano se vivermos bem cada momento presente, iluminados pelos valores do Reino de Deus. Cada surpresa será bem-vinda!
       E o que fazer com as eventuais dificuldades que certamente aparecem pelas esquinas da vida? Elas serão transformadas em novas decisões pelo serviço a Deus e ao próximo, na divina alquimia do amor, lei suprema do Reino de Deus. O tempo do cristão não é apenas o correr inexorável do relógio, mas oportunidade (Kairós!), nova chance oferecida pela Providência Divina. E venha o Reino de Deus e a sua justiça!


Arcebispo de Belém - PA

Foto Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração
Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo
Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor
de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do
Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo
Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado
Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.






segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aos queridos internautas do Blog GLM e demais visitantes:

       A equipe de Crisma da Capela São Marcos, Divino Espírito Santo e Santa Luzia (Igapó) tem a honra de convidar Vossa Senhoria a prestigiarem a Cerimônia da Unção do Espírito Santo (Crisma) sobre Jovens e Adutos.
       A Cerimônia será realizada neste domingo (28/11) às 16:00 hs na Igreja Divino Espírito Santo (Av. Acarau, Panatis II, Próssimo a Área de lazer) e será Presidida pelo Bispo Dom Matias. Sintan-se todos convidados a prestigiarem o derramamento do Espírito Santo como também toda a comunidade, familiares, amigos e toda a igreja reunida.
       
       Como prometido aos Crismandos, postamos mais músicas e a letra.






 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VIDA JOVEM EUCARISTICA



     Neste último domingo (26/09), o tema do Crisma foi Eucaristia: raiz, centro e cume da vida cristã.
     Foi abordado várias áreas relacionadas a este Sacramento: o que é, significado, preparação, participação...
     Foi um encontro maravilhoso onde o sacramento foi apresentado de uma forma bem jovem e atual. Também foi novamente comentado sobre o sermos sinal de Deus para os nossos irmãos que estão a nossa volta. Como prometido, disponibilizo aqui para os crismandos e para você internalta as imgens dos slides para que  conheçam mais sobre este Milagre que vivenciamos a cada celebração. Peço aos alunos do Crisma que visitarem o blog, que deixem seu nome e comentário.

  Neste slide de abertura, nós refletimos um pouco dos sinais de Deus, de Maria e de Jesus em nossa vida.
     A todo momento, lugar, tempo e circunstâncias, estamos arrodeados de sinais divinos. Deus, não está lá no céu. Ele está no coração de cada um, na natureza, numa situação onde, por exemplo, uma pessoa ajuda a outra. Nas mães, vimos bem a imagem de Maria. Enfim, os sinais estão acontecendo a todo o momento. Basta que se abram os olhos.

      Neste silde, comentamos que muitos sinais nós não percebemos. Más isso não acontece somente conosco. Aconteceu com os discípulos de Emaús. Veja este vídeo que fala dos discípulo de Emaús.



     No próssimo Slide, uma pergunta:
 
     Além da alimentação para a sustentação física (do corpo) tem uma outra alimentação espiritual:



sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Comunicado

Como todos sabem neste domingo será celebrado um grande evento pela Arquidiocese de Natal.

Em vista que, o grupo foi liberado para este evento e que vão pouquíssimas pessoas e o Crisma já está bem próssimo de terminar (14/11/2010), decidimos eu (Flávio) e Roberto Cunha que vai haver Crisma normal neste domingo às 17:00 que será proferido por mim, com o tema:

terça-feira, 25 de maio de 2010

SÍNDROME

“Sobre a suposta falta de jeito da Dilma como candidata, ou no que a Dilma não é nada como o Lula. Há tempos escrevi que vivíamos num vai e vem entre duas formas de ditadura, a ditadura mesmo e a ditadura da personalidade. Só Dutra, Sarney e Itamar, não por acaso três homens com nenhum carisma, que foram mais transições do que presidentes, escaparam da síndrome. O governo Juscelino foi normal só na fachada, já que poucas vezes uma personalidade determinou a política de uma era como a dele, mesmo respeitando as formalidades democráticas.

A síndrome é antiga. Depois do Estado Novo veio o Dutra, depois da breve volta do Getúlio e dos anos com a grife JK veio o Jânio, uma espécie de apoteose burlesca do poder personalizado.

Depois da renúncia de Jânio, da frustração com Jango, dos vinte anos de governo de generais intercambiáveis e da transição Sarney, Collor, para mostrar que a nação não aprendera com Jânio a desconfiar dos homens providenciais.

Na origem desta alternância entre duas formas de poder excepcional, sem cara ou com cara demais, estava uma descrença nacional com as regras de uma democracia ortodoxa. Só acreditávamos em exceções das regras. Nossas opções eram os ditadores ou os malucos, com curtos intervalos de ortodoxia.
Só a proteção de um Deus, que, se não é brasileiro, é simpatizante, nos poupou de alguém que acumulasse as duas condições, de ditador e doido.

O governo Fernando Henrique, na minha opinião, significou uma volta à ditadura da personalidade. Ele não era nem maluco nem discricionário, mas a soma dos seus atributos pessoais que incluíam desde a simpatia e a boa estampa até a inibição que sua biografia impunha aos críticos lhe dava um poder que só podia ser chamado de exceção. A indulgência da imprensa e do público que o reelegeu se explica pelo fascínio da personalidade. O que seria um presidente realmente moderno, símbolo de uma maturidade política finalmente alcançada, na verdade fazia parte da velha alternância entre o poder autoritário e o poder como sortilégio.

O que veio depois foi, está sendo, um exemplo ainda mais claro desta constante.
Lula continuar com os mesmos índices de popularidade quase no fim do seu governo, apesar do massacre da grande imprensa, mostra que a sua personalidade se impôs a tudo. Nunca antes na história deste país, desde, quem sabe, Getúlio, houve um sortilégio maior que o do Lula, que também não é nem maluco nem totalitário, graças ao nosso amigo Deus.

Dilma no governo seria uma anti-Lula para confirmar a síndrome do nosso vai e vem. Serra, outro sem nenhum sortilégio aparente, também”.
 
Luis Fernando Veríssimo